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Liberdade, santidade e redenção: Sangue Sábio, de Flannery O’Connor

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A todos os que acreditam ter o pleno controle de suas vidas e àqueles que se dizem livres simplesmente porque a Constituição da República assim o diz recomenda-se a leitura atenta e urgente do livro Wise Blood (1952), da escritora norte-americana Flannery O’Connor.

Trata-se da história de um cristão malgré lui, de alguém cuja integridade, nas palavras da própria escritora, não está naquilo de que ele é capaz, mas sim naquilo de que ele não consegue escapar: a sua própria conversão e santificação.

A santificação apesar de si mesmo, é verdade, é uma ideia nada ortodoxa para uma escritora católica — ainda que o personagem principal, Hazel Motes, tenha se transformado em um ‘santo protestante’. Mas aí está a obra, aberta às múltiplas interpretações. Em uma delas, não descarto, a narrativa pode bem ser uma crítica sutil da autora à doutrina protestante da predestinação.

Eis os comentários que fiz sobre a leitura do livro:

https://www.youtube.com/watch?v=-qtIJt3WyqA

E, por fim, um texto que traduzi do The Guardian, escrito por Sam Jordison e publicado em 12.12.2012.

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O texto original, aqui por mim traduzido, foi escrito por Sam Jordison e publicado em 12.12.2012 em The Guardian: Reading Group.

É difícil acreditar que os leitores a princípio duvidaram que moralidade e redenção eram essenciais na obra-prima católica de O’Connor. Mas a própria autora era bem firme a esse respeito.

Quando a editora Signet publicou a primeira edição popular de Sangue Sábio, ela anunciou o livro como “Um romance experimental sobre pecado e redenção” – o que o torna uma escolha ideal para a nossa ‘Leitura em grupo” a respeito da fé.

Além disso, se dermos crédito a Flannery O’Connor, durante os primeiros anos após a publicação do livro parece ter havido alguma dúvida sobre se pecado e redenção eram realmente os temas do livro. Em uma carta escrita em 1954 (a Ben Griffith, como citado em uma aula, altamente recomendada, dada pelo Professor Amy Hungerford na Open Yale), a autora escreveu:
“… ele é, na concepção,…

Platão, um dos maiores escritores de todos os tempos

Platão, um dos maiores escritores de todos os tempos, tinha tanta desconfiança em relação à palavra escrita que chegou a dizer em uma de suas cartas algo como “ninguém jamais verá um livro meu tratando das coisas de maior importância”. Para ele, o texto escrito não era capaz de “se defender”. Além disso, como sua atividade era essencialmente pedagógica, a ele parecia evidente que, assim como “cada um é cada um”, assim também cada aprendiz (ou cada grupo de aprendizes) exigia do professor uma determinada abordagem. Os livros são apenas o instrumento de experiências intelectuais ou estéticas possíveis. No caso da poesia, nem isso. No caso da poesia, o livro é apenas um artifício precário de conservação dos símbolos dos sons que compõem o poema — que só é tal quando é declamado em voz alta. O livro está para o poema assim como a partitura está para a…

Breves comentários sobre o ‘Servidão Humana’, de Somerset Maugham

Apesar de já ter lido Servidão Humana há vários meses, no começo deste ano, somente agora tive presença de espírito suficiente para registrar brevemente em vídeo minhas primeiras impressões.

Eu já havia feito um texto escrito sobre a obra, que pode ser acessado aqui. Ficou um texto grande, reconheço. Naquela época eu ainda tinha o costume, que abandonei na maior parte das leituras, de fazer um resumo da narrativa enquanto lia.

Acesse o vídeo por aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=ajfOys_IlQY

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Se você pretende entrar em uma vida de estudos precisa conhecer melhor como funciona a inteligência e para que ela serve. Veja bem: a inteligência é o instrumento do homem virtuoso, que pode melhor manejá-la. Isso porque a verdade e o bem crescem no mesmo terreno e se alimentam das mesmas raízes. Daí a importância de reconhecer cada pequena verdade, mesmo que a princípio ela lhe seja desagradável. Quando você pratica uma verdade que conhece se abre para verdades que não conhece.

A virtude é fundamento do saber. A moralidade é o princípio primeiro do qual dependem a verdade, a beleza, a unidade e até mesmo o ser. Como a verdade e o bem se alimentam da mesma raiz, se você é um homem que busca a virtude naturalmente você está se preparando para receber as verdades que você persegue através do seu estudo.

O ser humano pensa com a sua alma. Assim…

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