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Daniel Defoe (1659 – 1731)

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“Defoe é um dos maiores jornalistas de todos os tempos”.

“O caminho de vida de Moll Flanders, heroína da obra-prima de Defoe, começa na prisão de Newgate, passa pelo acampamento de ciganos, casas de prostituição, vários casamentos, crimes, deportações, para terminar com uma conversão contrita. O esquema, em ‘Moll Flanders’ e em outros romances de Defoe, é o do romancepicaresco espanhol, que lhe serviu de modelo. Tampouco falta o fatalismo estóico, modificado, porém, no sentido da predestinação calvinista: a pecadora Moll Flanders é vítima das desgraças que a Providência lhe enviou para guiá-la à conversão final”.

“Defoe não pretende dar um exemplum vitae humanae, mas uma advertência prática de como se deve agir ou não, na vida, para conseguir sucesso sem infringir as leis da religião e da moral”.

“Robinson Crusoe é o mais picaresco dos romances ‘picarescos’ de Defoe. Os heróis dos seus outros romances são pícaros que têm de construir as suas vidas; Robinson é o pícaro que tem de construir uma sociedade. A obra pode ser interpretada como manual do escoteiro na solidão selvagem – por isso tornou-se leitura infantil – mas também como história da sociedade burguesa que é uma sociedade de indivíduos isolados, lutando cada um por sua ventura”.

(Otto Maria Carpeaux — História da Literatura Ocidental) — compilação feita por David Bezerra no Facebook.

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Henry Fielding (1707 – 1754)

”[…] foi aceito unanimemente pela nação, que o consagrou como seu maior romacista e a ‘Tom Jones’ o maior romance da literatura inglesa”.

”Dessa imparcialidade ou liberalismo de Fielding resultou importantíssima modificação da técnica novelística. O romance picaresco era narrado na primeira pessoa; Defoe ainda compõe assim. Mas Fielding, o imparcial, não podia adotar esse processo subjetivo, e ainda menos o processo epistolográfico de Richardson, segundo o qual o papel do narrador é distribuído entre os personagens. Fielding confiou o papel de narrador a uma pessoa fora e acima dos acontecimentos, que sabe tudo a respeito dos personagens, dirigindo-lhes com consciência divina os destinos e, quando muito, comentado-os com a superioridade do humorista. Essa pessoa é o próprio romancista. Atribuindo-lhe onisciência, Fielding criou o romance objetivo, o romance moderno”.

(Otto Maria Carpeaux, em História da Literatura Ocidental, vol. 02, p. 1215) — compilação feita por David Bezerra no Facebook.

A História do Declínio e Queda do Império Romano (Edward Gibbon)

“O estilo solene, algo barroco, de Gibbon não deve iludir a crítica: a ‘History of the Decline and Fall of the Roman Empire’ não é um grande panorama retórico da história universal, e sim uma obra de erudição séria. Onde Gibbon errou, não o fez por leviandade ou por espírito sectário, mas porque a ciência de sua época não lhe podia oferecer a documentação suficiente. Entre as obras existentes da historiografia é a sua a mais antiga das que ainda se podem consultar com proveito; é grande literatura, mas não é apenas literatura. O valor literário reside no estilo solene e no entanto deliciosamente irônico, no poder admirável de composição e construção, na coerência lógica dos inúmeros fatos relatados: decadência dos romanos, ascensão do cristianismo, queda do Império pela aliança entre a Igreja e os bárbaros, a longa noite dos dark ages sobre a Europa ocidental, a sobrevivência precária…

Jane Austen (1775 – 1817)

”Jane Austen é um gênio. Tennynson comparou-a a Shakespeare; e a opinião geral na Inglaterra não seria muito diferente. Veja-se, também, o entusiasmo ilimitado do severo crítico F. R. Leavis. Fora da Inglaterra, a glória demorou muito; Jane Austen é estritamente inglesa, e o leitor superficial veria ‘tea-table romances’, onde aqueles viram Shakespeare”.

”Caracteres como Elizabeth Bennett e Fitzwilliam Darcy, em ‘Pride and Prejudice’, estão entre as criaturas mais completas da literatura universal”.

”A obra de Jane Austen é como um ‘Rape of the Lock’ desdobrado e aburguesado, tão ‘fútil’ e tão ‘profunda’ como a obra de Proust”.

(Otto Maria Carpeaux, em História da Literatura Universal, vol. 02, p. 1308-1310) – compilação feita por David Bezerra no Facebook.

William Blake (1757 – 1827)

“Blake, poeta lírico de inspiração simples e musical, é, ao mesmo tempo, o porta-voz de todos os anjos e demônios do Universo; a sua obra foi das mais vastas e mais difíceis jamais criadas por um poeta inglês”.

“Os pré-rafaelitas guardaram conhecimento mais íntimo de Blake como se fosse segredo de uma seita. Só os simbolistas abriram a porta do tesouro; e então se manifestou, enfim, um dos poetas mais celestes e mais demoníacos de todos os tempos. ‘Manifestou-se’ é maneira de dizer; porque conhecer a vida de Blake, poeta, místico, revolucionário e louco, e estudar as múltiplas influências de Boehme e Swendenborg, dos gnósticos e de Rousseau na sua obra, ainda não basta para encontrar caminho certo na floresta desse Universo poético. É um Universo particular, e por ser criação de um doido, não deixa de ser completo”.

“Se Blake foi um louco, então foi o louco mais lúcido de…

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