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Aqui posso ocupar-me com o próprio Aristóteles (Constantin Noica)

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“Prefiro viver num país onde tudo ainda está por fazer a viver num país em que as grandes aventuras do espírito já foram realizadas. O que eu faria se fosse para a Europa Ocidental? Não encontraria nenhum espaço a menos que dirigisse minha atenção a algum obscuro comentador de Aristóteles, a algum texto apócrifo, a algum fragmento incerto. Aqui posso tranquilamente ocupar-me com o próprio Aristóteles. O tempo do ‘alexandrinismo’ ainda está distante. Regozijemo-nos no frescor do ‘arcaico’ e não esqueçamos – sob a influência de uma deficiência real – a experiência privilegiada do possível”. (Constantin Noica [1908-87], em resposta a Andrei Plesu, que lhe perguntou por que não foi para o exílio na Europa Ocidental, extraído deste site).

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Estudando Aristóteles: Categorias e Da Interpretação

Como disse no último post, começarei o estudo da filosofia de Aristóteles pelas obras a respeito da linguagem – o que se convencionou chamar Organon.

Desde a última vez que nos falamos, já houve uma modificação no planejamento inicial, que atualmente é o seguinte — os números se referem aos meses, de fevereiro a novembro:

1) Categorias e Da Interpretação
2) Poética, Retórica e Analíticos Anteriores
3) Analíticos Posteriores, Tópicos e Refutações Sofísticas
4) Metafísica
5) Metafísica
6) De Anima e Geração e Corrupção
7) Física
8) Ética a Nicômaco
9) Ética a Nicômaco
10) Política

A modificação foi a seguinte: a obra Da Interpretação, que seria estudada em abril, foi adiantada para fevereiro. Os Tópicos, previstos para março, passaram para abril. Analíticos Primeiros, prevista para abril, veio para março. Poética passou de fevereiro para março. Tudo isso visa a acomodar o estudo das obras naquilo que, segundo parte dos comentadores, seria uma ordem ideal de aprendizado.

Então, na primeira etapa deste…

Xenófanes

Xenófanes está entre os filósofos pré-socráticos. É o primeiro monoteísta da História do Ocidente. Foi um andarilho dos vinte aos (pelo menos) 92 anos. Não se sabe bem por onde andou. Como poeta, escrevia elegias.

Suspeita-se que teve contato pessoal com Anaximandro; e que foi mestre de Parmênides. Aristóteles disse que Xenófanes foi “o primeiro partidário do Um”, daí que seria um precursor de Parmênides. Há algumas afinidades na filosofia de ambos. Mas, qual é a sua filosofia?

Xenófanes é muito conhecido por sua crítica ao antropomorfismo teológico. Foi o primeiro filósofo a confrontar corajosamente a concepção mítica que Homero e Hesíodo tinham dos deuses. É tido, assim, como o primeiro teólogo racional, defensor da concepção monoteísta (frag. 23). Para ele Deus é único, imóvel, todo. Essa é, para muitos, sua contribuição fundamental.

Atribui-se a ele a ideia de que a terra é o início e o destino de todas as coisas…

Onde estão todos eles?

“I´m goint to be on television!”

Grandes multidões em grandes espetáculos; milhares de pessoas matando o tempo, jogando conversa fora, idolatrando artistas vulgares: é verdade que não é possível culpar a modernidade por esse fenômeno, de que a história ocidental está repleta.

Por muito tempo, na minha adolescência, eu freqüentei shows de rock e de música pop. Eu gostava de ver o desempenho dos artistas ao vivo e de saber que aqueles caras, que eu ouvia em casa através de LPs e de fitas K7, estavam ali ao alcance do meu olhar.

Estou escrevendo uma entrada em minhas memórias de infância e resolvi procurar no YouTube alguns vídeos de canções que ouvia naquela época. Procurei então, especificamente hoje, algum registro da música Festa do Interior, cantada pela Gal Costa. Encontrei um vídeo em que ela canta essa canção, depois de Açaí.
No início desse pequeno vídeo,…

Um pouco de filosofia política

Em uma aula de Filosofia Política, o prof. Olavo de Carvalho trabalhou a tese de que o fundamento de nossa obediência à autoridade estatal é o fascínio que tivemos na infância pelo rosto de nossa mãe-protetora. Isso faz algum sentido. Então, se é assim, como estamos lidando com essa questão atualmente? Vocês se lembram de que em junho de 2013 boa parte dos brasileiros foi às ruas protestar por um país melhor. Como as passeatas se espalharam pelos quatro cantos, ficou em nós a sensação de que, finalmente, o “gigante acordou”. Ora, isso quer dizer que até então dormia em berço esplêndido. Pode ser que sim. Mas o gigante até então adormecido não é só o povo, porque um país também se faz de governantes – uma classe de políticos que nasceu e foi educada no seio da população. Eles não são ETs e nem foram nomeados pela metrópole. É…

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