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Os livros devem ser lidos?

Você pode ter estranhado a pergunta do título, mas ela não é uma brincadeira. A verdade é que nem todos os livros existem para ser lidos integralmente.

Alguns livros servem para ser consultados; outros, folheados com atenção. Determinados livros são editados simplesmente para nos lembrar de um ideal, ou para mantê-lo aceso.

Ou seja: nem todos os livros precisam ser lidos de capa a capa.

É comum que a informação de que você precisa – e é capaz de assimilar em determinado momento – esteja em uma das páginas iniciais (ou nas últimas). Porém, a habilidade de encontrá-la num livro de trezentas páginas pressupõe que você tenha verdadeira intimidade com os livros.

O que acabo de dizer serve como conclusão: para ser capaz de extrair, em poucos minutos, o que o livro tem a lhe oferecer é preciso que você, antes disso, tenha lido e verdadeiramente assimilado centenas de bons livros – porque a intimidade vem com o longo convívio.

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Deixem-me explicar.

Comecemos do começo. Em geral, nós lemos pouco. As estatísticas (e as capas bonitinhas de muitos livros editados atualmente) indicam que o brasileiro compra poucos livros; e que alguma parte do que compramos não tem outra serventia senão a de enfeitar nossas mesas de centro e as estantes coloridas com que tentamos imitar a estante da Tatiana Feltrin. Por outro lado, aqueles de nós que têm o hábito da leitura lêem, em geral, muito mal.

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O programa, o método e o cronograma das Expedições Literárias

As Expedições Literárias farão uso da seleção de livros que o prof. José Monir Nasser, falecido há poucos anos, fez para suas Expedições pelo mundo da Cultura, que ele conduziu em algumas cidades brasileiras (São Paulo, Curitiba etc).

Que livros compõem a nossa lista?

Vejamos. Dos cem livros, 78 são de ficção. Dos 78, 43 são de prosa ficcional (romances, novelas etc); 24 são de teatro, dos quais oito são de Shakespeare; e onze são de poesia (poesia épica e poesia lírica).

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