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Os livros devem ser lidos?

Você pode ter estranhado a pergunta do título, mas ela não é uma brincadeira. A verdade é que nem todos os livros existem para ser lidos integralmente.

Alguns livros servem para ser consultados; outros, folheados com atenção. Determinados livros são editados simplesmente para nos lembrar de um ideal, ou para mantê-lo aceso.

Ou seja: nem todos os livros precisam ser lidos de capa a capa.

É comum que a informação de que você precisa – e é capaz de assimilar em determinado momento – esteja em uma das páginas iniciais (ou nas últimas). Porém, a habilidade de encontrá-la num livro de trezentas páginas pressupõe que você tenha verdadeira intimidade com os livros.

O que acabo de dizer serve como conclusão: para ser capaz de extrair, em poucos minutos, o que o livro tem a lhe oferecer é preciso que você, antes disso, tenha lido e…

Nosso canal chegou a 25.000 inscritos!

Nosso canal no Youtube chegou a 25.000 inscritos. Ora movimentado, ora abandonado, ele tem servido para que eu fale de muitas coisas bacanas que tenho lido – e, mais recentemente, ensinado.

Comecei, em maio de 2015, comentando o livro “Farenheit 451”, do Ray Bradbury, e, na sequência, o “Reparação”, do Ian McEwan. Muita coisa mudou desde lá; mudaram os natais e mudei eu.

Há poucos meses aceitei o convite para participar de um outro projeto, o @veredasjus, com o meu amigo Milton Vasconcelos e o Rafael Saldanha. Essas iniciativas, que levo paralelamente à minha atividade profissional na Procuradoria da República, dão vazão a uma inclinação pessoal que vem desde a infância, que é o gosto pela comunicação social falando de (e participando da) cultura.

Embora não me veja, ainda, trabalhando profissionalmente com tudo isso, trago em mim hoje aquele menino de sete anos, que com um…

Roteiro para a leitura de Platão

Para aqueles que me perguntam sobre a leitura da obra de Platão (que traduções comprar, em que ordem ler etc), essa é a minha resposta – a única que eu sou capaz de dar neste momento. O texto terá três partes. Essa é a primeira.

“No princípio, era o espanto.”

Distraído, rolando a tela do celular para baixo, o rapaz levantou os olhos e viu, sentada do outro lado do vagão, a menina – que ele já conhecia – lendo Mais Platão, Menos Prozac, de Lou Marinoff. Ela pegava o metrô na estação seguinte à dele; e, quando ele descia, ela permanecia em viagem. Ele sabia de onde ela vinha, mas não para onde ia. Mais interessado na bela moça que no velho Platão, seu queixo começou lentamente a cair para próximo do peito que não via um supino há dois anos.

A beleza da moça…

Não adianta ser experiente: é preciso saber o que fazer

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo…Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,Porque eu sou do tamanho do que vejoE não do tamanho da minha altura…Nas cidades a vida é mais pequenaQue aqui na minha casa no cimo deste outeiro.Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.“O Guardador de Rebanhos”, de Alberto Caeiro

Você não precisa esperar a velhice chegar para que a experiência acumulada o transforme em uma pessoa melhor. Aliás, a chegada da velhice não garante que isso acontecerá.

É certo que você conhece jovens de dezesseis anos que têm uma visão de mundo e uma postura diante da realidade…

Comece a estabelecer metas de estudo através do exercício do necrológio

– Pode me dizer que caminho devo tomar para sair daqui? – perguntou Alice.– Isso depende muito do lugar onde você quer chegar! – disse o gato.– O lugar não importa muito – disse Alice.– Ora, se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve.(Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol)

“Que saudade do futuro”(Murilo Mendes)

Antes de sair em busca de conhecimento, saiba por quê você está estudando.

A ideia de que a pessoa bem-sucedida é aquela que se aproveita do fluxo dos acontecimentos e se deixa levar por ele esconde parte importante da história.

Para alcançar seus propósitos não basta que você confie que existe uma inteligência ordenadora por trás das circunstâncias da vida; é necessário mais: você precisa, basicamente, de duas coisas:

Ter uma noção clara de seus objetivos; e Com base nesses objetivos, planejar seus passos.

Sete livros para começar bem a sua vida de estudos

Pode parecer estranho o que digo, mas ninguém começa a estudar pelos livros.

Numa vida de estudos séria somente buscamos os livros depois de cumprir algumas etapas importantes, que são uma espécie de análise da qualidade do solo e a preparação para o cultivo.

O solo, aqui, é sua alma.

A análise do terreno e sua preparação para o trabalho giram em torno da angústia radical que leva o estudante buscar, nos estudos, as respostas que o inquietam.

Essa angústia, entretanto, não costuma aparecer clara como o Sol numa manhã de sábado. No começo, o estudante angustiado caminha no escuro – embora sinta, rondando em torno de si, um emaranhado de questões que o impulsiona a entrar em contato com os escritores que prometem ensiná-lo a pensar e a entender a realidade.

O que fazer, nesse cenário, quando você sabe que deve começar a…

O início da viagem de Marlow (Coração das Trevas)

Começaremos, neste mês, a leitura conjunta do livro Coração das Trevas, obra mais conhecida de Joseph Conrad, escritor polonês radicado na Inglaterra.

Estamos no sexto encontro das Expedições Literárias.

O enredo é, para Autran Dourado, o artifício que o escritor utiliza para ‘bater a carteira do leitor’; é, assim, apenas a superfície de uma narrativa ficcional.

Nessa superfície, o que temos aqui?

Marlow, um marinheiro, é contratado para encontrar o paradeiro do sr. Kurtz, que é um comerciante de marfim que se refugiara no interior do país. A história nos conta detalhes dessa busca, pelos olhos de Marlow.

Há basicamente duas formas de abordagem do livro, que não se excluem. Alguns preferem ver nele um manifesto anticolonialista, considerando que as incursões exploratórias feitas em países africanos na segunda metade do século XIX foram indiscutivelmente cruéis.

Porém, a abordagem psicológica me parece mais rica…

O programa, o método e o cronograma das Expedições Literárias

As Expedições Literárias farão uso da seleção de livros que o prof. José Monir Nasser, falecido há poucos anos, fez para suas Expedições pelo mundo da Cultura, que ele conduziu em algumas cidades brasileiras (São Paulo, Curitiba etc).

Que livros compõem a nossa lista?

Vejamos. Dos cem livros, 78 são de ficção. Dos 78, 43 são de prosa ficcional (romances, novelas etc); 24 são de teatro, dos quais oito são de Shakespeare; e onze são de poesia (poesia épica e poesia lírica).

Dos 22 livros de não-ficção, 17 são ensaios ou livros filosóficos (dos quais cinco são de Platão). Os outros cinco são textos de caráter religioso (dois textos sagrados, dois de Santo Agostinho e um de Chesterton).

Você pode perceber que a lista é bem heterogênea.

Que método seguiremos?

Em cada encontro, falaremos sobre a vida do autor e o contexto de…

A lista de livros das Expedições Literárias

Seja bem-vindo!

Nosso programa de leitura começou em julho de 2019, com o objetivo de vencer um livro por mês.

Caso você ainda não conheça as Expedições Literárias, sugiro que entre aqui. Nosso programa, nosso método e nosso cronograma foram melhor explicitados na primeira parte de nossos comentários à obra Como Ler Livros, de Mortimer Adler (acesse aqui).

Nossa seleção de livros foi inicialmente inspirada na lista elaborada pelo prof. José Monir Nasser no contexto de seu projeto Expedições Pelo Mundo da Cultural. Veja a lista original aqui.

NOSSA LISTA

1) Como Ler Livros, de Mortimer J. Adler / Charles Van Doren

2) Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski

3) O Estrangeiro, de Albert Camus

4) Em Busca de Sentido, de Viktor Frankl

5) A Rebelião das Massas, de Jose Ortega y Gasset

6) Coração das Trevas, de…